Erickson David da Silva, preso suspeito de atirar e matar o policial militar Patrick Bastos Reis, da equipe Rondas Ostensivas Tobias Aquiar (Rota), teria atirado enquanto estava de ‘guarda’ em uma ‘biqueira’ no alto de uma comunidade em Guarujá, no litoral de São Paulo. Ele também teria ‘confundido’ a viatura da Rota com um veículo do Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) antes de disparar.
As informações foram apuradas nesta terça-feira (1º), junto à Polícia Civil do litoral paulista, após a corporação ouvir testemunhas e um comparsa do suspeito que estava na comunidade durante o crime e acabou preso. A situação aconteceu quando Erickson fazia a ‘contenção’ no ponto de tráfico, ou seja, ficava armado de ‘prontidão’ enquanto o colega vendia as drogas.
De ‘vigia’ e em um ponto elevado, Erickson teria visto uma viatura passando perto da comunidade Vila Julia. Um túnel divide a área com outra comunidade, Vila Zilda. O suspeito teria alertado o comparsa, que fugiu em direção a um barraco onde estavam a esposa e os filhos dele.
“Ele gritou: ‘É o Baep! É o Baep!'”, disse uma fonte na Polícia Civil, que acrescentou que as viaturas do batalhão e da Rota têm as mesmas cores. O disparo foi ouvido instantes após o comparsa que vendia as drogas sair do ponto de tráfico, deixando Erickson no local.
Erickson David da Silva, também conhecido como ‘Deivinho’, tem 28 anos e é solteiro. Segundo o secretário de segurança de São Paulo, Guilherme Derrite, o tiro que atingiu o policial militar foi disparado a uma distância entre 50 e 70 metros. O g1 apurou junto à corporação que, apesar da distância, Erickson teria usado uma pistola para atirar.
“Com o comparsa na delegacia, ele confirmou o ‘quebra-cabeça’ que estávamos montando para chegar no autor [dos disparos]”, disse a fonte à reportagem. “Falou que estava vendendo drogas, que o ‘Deivinho’ gritou sobre o Baep e, quando saiu correndo, escutou os dois disparos. Falou que o ‘Deivinho’ estava com uma pistola 9 milímetros”.
Investigações
A reportagem apurou também que a Polícia Civil inicialmente identificou e prendeu três pessoas, sendo dois homens e uma mulher, por associação ao tráfico de drogas. Um desses suspeitos teria informado a localização da casa do comparsa de Erickson.
A residência ficava a aproximadamente 10 metros do ponto de vendas dos entorpecentes. A mulher dele foi ouvida pela Polícia Civil como testemunha e, durante o depoimento, revelou que o marido havia entrado para o tráfico há cerca de um mês. Ela informou que ele estava na casa de parentes, também em Guarujá.
O comparsa de Erickson, que não teve a identidade divulgada, foi preso acusado de homicídio, tentativa de homicídio e associação ao tráfico de drogas.
O soldado Patrick Bastos Reis foi baleado enquanto fazia um patrulhamento na comunidade da Vila Zilda, em Guarujá, na quinta-feira (27). A morte dele foi confirmada no mesmo dia. Além dele, um outro policial foi baleado na mão esquerda, encaminhado para o Hospital Santo Amaro e liberado.
Fonte: G1