A Secretaria de Estado da Saúde (SES) está monitorando os dois casos importados de malária detectados no território sergipano. Os pacientes, vindos dos Estados de Amazonas e Rondônia, estão sendo acompanhados por equipes de saúde do município de Aracaju, onde os casos ocorreram. Anualmente, Sergipe registra uma média de dois casos de malária, segundo informou o diretor de Vigilância em Saúde da SES, Marco Aurélio Góes.
A série história que tem início em 2007, mostra que daquele ano até este 2022 foram notificados 99 casos suspeitos de malária, sendo confirmados 28 e descartados 71. Os dados apontam uma média de dois casos por ano, à exceção de 2011, quando foram contabilizados 16 casos suspeitos, sendo confirmados oito. “Aquele foi um ano em que muitos trabalhadores do Brasil estiveram a serviço de grandes construtoras no Continente Africano”, recordou Marco Aurélio.
Segundo o diretor de Vigilância em Saúde, a malária no Brasil está localizada na Região Amazônica, mas cabe aos Estados que se situam nas áreas extra-amazônicas, inclusive Sergipe, estarem em alerta para a detecção dos casos , que chegam seja através de pessoas que vêm a passeio ou que foram a trabalho para a região Amazônica ou países do Continente Africano.
“Trabalhamos na lógica do diagnóstico e tratamento oportunos. Ou seja, a presença de sintomas (febre, cefaléia, calafrios), mesmos que leves devem ser valorizados em pessoas que vêm de uma área endêmica, e o profissional de saúde deve imediatamente colher o exame para identificar um possível caso”, informou Marco Aurélio, salientando que Sergipe não é uma área de transmissão da malária. Acrescentou que a malária é uma doença de notificação compulsória imediata, portanto todo caso suspeito deve ser notificado às autoridades. Quando o caso é confirmado, inicia-se o tratamento e faz-se o acompanhamento até a comprovação da cura.
Os casos de malária podem ser mais leves ou mais graves, como os que se têm no momento em Sergipe, com um paciente internado e outro em tratamento domiciliar, já que não evoluiu para complicações. A doença não é transmitida de pessoa para pessoa, mas pelo inseto Anopheles, vetor que não está presente no Estado, como enfatiza o diretor de Vigilância em Saúde.
No entanto, segundo ele, a partir da confirmação de um caso, o município deve realizar uma investigação de campo, para verificar se há a presença do vetor nas proximidades do domicílio do paciente, e havendo a presença realizar o controle através de estratégias de manejo ambiental e/ou controle químico. Mas, informou que na recente série histórica não tem sido detectada a presença do mosquito em Sergipe.
Marco Aurélio ressaltou que o grande alerta que a Secretaria de Estado da Saúde tem feito sempre para os municípios e os serviços de saúde é que eles precisam estar atentos à história do paciente, sempre valorizar a história de quem vem de uma área de transmissão da malária, já que a doença pode parecer com outras, principalmente a dengue e a chikungunya, especialmente por causa da febre alta e dores de cabeça e no corpo.
“É importante lembrar que a malária é uma doença que tem tratamento, mas só a comprovação com exames que indicará qual tratamento deverá ser feito. A Secretaria de Estado da Saúde tem tratamento para todas as formas da doença e uma vez acionada, a medicação é entregue, seja ao setor público ou privado”, disse o diretor.